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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Nota: Se procura pela banda, consulte Reino Fungi (banda).
Fungos

Fungo amarelo
Classificação científica
Domínio:
Eukaryota
(sem classif.)
Opisthokonta
Reino:
Fungi
Subreinos/Filos/Subfilos[1]
Blastocladiomycota
Chytridiomycota
Glomeromycota
Microsporidia
Neocallimastigomycota
Dikarya (inc. Deuteromycota)
Ascomycota
Pezizomycotina
Saccharomycotina
Taphrinomycotina
Basidiomycota
Agaricomycotina
Pucciniomycotina
Ustilaginomycotina
Subfilo Incertae sedis
Entomophthoromycotina
Kickxellomycotina
Mucoromycotina
Zoopagomycotina

A Wikispecies tem informações sobre: Fungos
Os fungos (Fungi) são um vasto grupo de organismos heterotróficos classificados como um reino pertencente ao Domínio Eukaryota. Estão incluídos neste grupo organismos de dimensões consideráveis, como os cogumelos, mas também muitas formas microscópicas, como bolores e leveduras. Foram já descritas cerca de 70.000 espécies, mas talvez existam até 1,5 milhões de espécies, sendo que a maioria ainda está a ser identificada e descrita pelos micologistas (Hawksworth, 1991; Hawksworth et al., 1995).
O Reino Fungi sofreu mudanças substanciais no arranjo dos vários filos nas últimas décadas, especialmente a partir do momento em que técnicas para comparar características bioquímicas (tais como RNA ribossômico e DNA) se foram tornando mais sofisticadas. A filogenia apresentada aqui segue a de Bruns et al. (1991, 1993) para os Eumycota' (fungos verdadeiros) e reconhece quatro divisões: os Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota.
Os fungos ocorrem em todos os ambientes do planeta e incluem importantes decompositores e parasitas. Fungos parasitas infectam animais, incluindo humanos, outros mamíferos, pássaros e insectos, com resultados variando de uma suave comichão à morte. Outros fungos parasitas infectam plantas, causando doenças como o apodrecimento de troncos e aumentando o risco de queda das árvores. A grande maioria das plantas vasculares têm associações simbióticas com fungos, a nível da raiz, ao que se dá o nome de micorrizas. Esta associação ajuda as raízes na absorção de água e nutrientes.
Alguns fungos, tais como: Shiitake, Porto Bello, Champignon, shimeji, Maitake e Mexican Corn Smut, são utilizados como alimento; outros são extremamente venenosos.
Índice[esconder]
1 Estrutura
2 Reprodução
2.1 Sexuada
2.1.1 Heterotalismo
2.2 Assexuada
2.3 Reprodução parassexuada
3 Nutrição e ecologia
4 Doenças causadas por fungos no homem
5 Fungos venenosos
5.1 Exemplos de fungos venenosos
6 Fatos importantes
7 Grupos relacionados e similares
8 Miscelânea
8.1 O "Círculo das Fadas"
8.2 O maior ser vivo do planeta
9 Classificação
10 Referências
11 Referências bibliográficas
12 Ligações externas
13 Ver também
14 Galeria de fotos
15 Referências
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[editar] Estrutura
Os fungos possuem um corpo vegetativo chamado talo ou soma que é composto de finos filamentos unicelulares chamados hifas. Estas hifas geralmente formam uma rede microscópica junto ao substrato (fonte de alimento), chamada micélio, por onde o alimento é absorvido. Usualmente, a parte mais conspícua de um fungo são corpos frutificantes ou esporângios (as estruturas reprodutivas que produzem os esporos).
A divisão das hifas em células é incompleta, caso em que elas são chamadas de septadas e as barreiras divisórias são chamadas septos, ou ausentes, caso em que elas são chamadas asseptadas ou cenocíticas. Os fungos geralmente possuem paredes celulares de quitina e outros materiais. As hifas podem ser modificadas para produzir estruturas celulares altamente especializadas. Por exemplo, fungos que parasitam plantas possuem haustórios que perfuram as células da planta e digerem as substâncias no seu interior.
A maioria dos quitrídeos, que são geralmente considerados o grupo de fungos mais primitivos, não forma hifas e ao invés, cresce diretamente de esporos em esporângios multinucleados. Alguns poucos fungos reverteram de miceliais para organização unicelular. É o caso das leveduras, que pertencem aos Ascomycetes, e dos Microsporidia, um pequeno grupo de parasitas cujas relações com outros fungos são incertas.
[editar] Reprodução
[editar] Sexuada
Os Micélios dos fungos são tipicamente haplóides. Quando os micélios de diferentes sexos se encontram, eles produzem duas células esféricas multinucleadas que formam uma ponte de acasalamento. O resultado é o núcleo movendo-se de um micélio para o outro, formando um heterocário (significando diferentes núcleos). Isto é chamado plasmogamia. A fusão atual para formar núcleos diplóides é chamada cariogamia, e não deve acontecer até que os esporângios estejam formados.
No grupo Zygomycota, o heterocário produz múltiplos corpos frutificantes, na forma de minúsculos caules com esporângios no fim. A maioria dos ascomycetes produz corpos frutificantes chamados ascocarpos, compostos inteiramente de hifas. Estes são usualmente em forma de tigela ou taça, mas alguns possuem estruturas semelhantes a esponjas. Dentro das "taças", cada hifa termina em um ascus, que produz quatro ou oito esporos.
No grupo Basidiomycota, o heterocário produz um novo micélio que pode viver por anos sem formar um corpo frutificante. Os familiares cogumelos são exemplos destes. Eles geralmente possuem uma haste, composta basicamente por hifas, e um "chapéu" (que é o micélio) , embaixo destes há estruturas foliáceas chamadas lamelas. Na superfície de cada lamela há numerosas células-hifas chamadas basídios, com 4 basídeosporos na extremidade externa (exogenamente). Este corpo frutificante multicelular complexo chama-se basidiocarpo sendo frequentemente aberto mas por vezes pode ser fechado.
[editar] Heterotalismo
Em alguns fungos não existe diferenciação sexual no aspecto morfológico, contudo apresentam diferenças sexuais fisiológicas dizendo-se existirem linhagens positivas e negativas. Estes fungos são designados heterotálicos. (heteros = dissemelhante). Nestes fungos a reprodução sexual só pode ocorrer entre talos com linhagens positivas e negativas.
A reprodução sexual é isogâmica: envolve a conjugação de dois gametas similares. Durante a conjugação as duas hifas contendo linhas positivas e negativas ligam-se (heterotalismo). As hifas conjugadas produzem um progametângio em forma de taco que liberta a sua extremidade (chamada gametângio). Os gametângios fundem-se, a parede mediana dissolve-se e os núcleos fundem-se em pares, formando um zigoto. Este desenvolve uma parede grossa e resistente formando o zigosporo. Cada zigosporo, ao germinar, produz um promicélio que desenvolve um esporangio na sua extremidade. Quando o esporângio rompe, os esporos libertam-se e germinam produzindo novos micélios.
[editar] Assexuada
A maioria dos Ascomycetes reproduzem-se assexuadamente, por exemplo através da produção de esporos chamados conídios (significando "poeira" em grego), que se formam a partir de tipos especializados de hifas chamados conidiósporos. Em alguns fungos, a reprodução sexuada foi perdida, ou é desconhecida. Estes foram originalmente agrupados na divisão Deuteromycota, ou os Fungos imperfeitos, uma vez que o critério primário de classificação dos fungos é a reprodução sexuada, porém são agora classificados como seu grupo ancestral.
Excepto entre os chytrids, onde os esporos são propelidos por um flagelo posterior, todos os esporos fúngicos são imóveis. Desenvolvem-se em novos micélios, que invadem um substrado e repetem o ciclo de vida. Estes podem tornar-se muito grandes, frequentemente atingindo metros de tamanho; os anéis de fada são um exemplo.
[editar] Reprodução parassexuada
Sistema de recombinação genética sem ocorrência de meiose, peculiar em fungos.
A reprodução parassexuada consiste na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos haplóides. Apesar de ser raro, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos.
O ciclo parassexual consiste na união ocasional de diferentes hifas monocarióticas (de indivíduos diferentes) originando uma hifa heterocariótica em que ocorre fusão nuclear e “crossing-over” mitótico. Posteriormente há a formação de aneuplóides por erros mitóticos e então o retorno ao estado haplóide por perda cromossômica. Desta forma são formadas hifas homocarióticas recombinantes. Entretanto, acredita-se que este processo não seja muito comum em condições naturais devido à existência da incompatibilidade somática que impede que hifas de micélios diferentes se anastomosem ao acaso, processo que é evolutivamente interpretado como um mecanismo de segurança e preservação do genoma original.
[editar] Nutrição e ecologia

O cogumelo Oudemansiella nocturnum
Os fungos são heterotróficos, obtêm sua energia pela ruptura de moléculas orgânicas, e não podem sintetizar moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas como as plantas fazem. Eles alimentam-se pela secreção de exoenzimas no substrato ao redor. Estes fragmentos moleculares ou mais precisamente exoenzimas funcionam como as enzimas digestivas dos animais, rompendo moléculas orgânicas grandes, porém funcionam do lado de fora do organismo. Os fragmentos moléculares (exoenzimas) são então absorvidos pelas células fúngicas.
Os fungos ocupam dois nichos ecológicos, o de decompositores ou saprófitas e o de parasitas. A única diferença entre decompositores e fungos parasitas é que este último desenvolve-se em organismos vivos, enquanto o outro, desenvolve-se em organismos mortos. Muitos fungos decompositores vivem como micorrizas, em relações simbióticas com plantas. Alguns dos fungos decompositores também são considerados "parasitas facultativos", crescendo em organismos enfraquecidos ou agonizantes. Entre os fungos predadores existem espécies que são insectívoras ou helmintívoras (comedoras de vermes,especialmente nematódeos). As espécies insectívoras produzem substâncias pegajosas que prendem insetos, enquanto os fungos helmintívoros produzem substâncias que drogam e imobilizam os nematódeos, sendo então consumidos.
Alguns fungos, usualmente ascomycetes, vivem como líquens. Um líquen é uma relação simbiótica muito estreita entre um fungo e um organismo fotosintético, usualmente uma cianobactéria ou uma alga verde. Um líquen comporta-se de forma tão semelhante a um organismo único que são classificados em géneros e espécies.
[editar] Doenças causadas por fungos no homem
Ver artigo Lista de doenças causadas por fungos
Na pele causam inflamações chamadas genericamente de impingem (Ptiríase vesicolor), e as micoses dos pés, virilha, e dobras em geral. Causam também inflamações nas unhas, tanto na base (candidíase) como na ponta (escurece e descasca). Na boca são os sapinhos (grumos brancos principalmente em crianças), na vagina dão o corrimento esbranquiçado. Nos órgãos internos podem crescer praticamente em qualquer lugar, desde os intestinos até às meninges, com a ressalva de acontecer isto basicamente com os imuno-deprimidos como na AIDS e no câncer.
[editar] Fungos venenosos
Há fungos tóxicos e venenosos, como por exemplo a espécie Amanita muscaria. Dependendo da quantidade que os cogumelos dessa espécie são ingeridos são capazes de causar alterações no sistema nervoso.De acordo com a espécie e quantidade ingeridos do fungo há possibilidades de causar até a morte.Há também os cogumelos alucinógenos ou seja,que causam alucinações,delírios.
[editar] Exemplos de fungos venenosos
Amanita muscaria
Amanita phalloides
[editar] Fatos importantes
Esse reino, de mais de um milhão e meio de espécies, algumas delas microscópicas, é ainda quase desconhecido para a ciência. Mas já sabemos que entre eles há muitos que já se tornaram imprescindíveis para a saúde humana.
À primeira vista, os fungos são pouco interessantes. Mas eles contribuem de forma decisiva para a preservação da diversidade biológica do nosso planeta e estão presentes, de formas mil, no nosso cotidiano. O pão que comemos necessita de um fungo, que age como fermento biológico. Essa levedura é o Saccharomyces cerevisae, fungo unicelular, base para muitas indústrias, além da panificação.
A cerveja e todas as bebidas alcoólicas feitas a partir da fermentação também são produtos fúngicos. O mesmo fungo que produz gás carbônico na massa de pão, a Saccharomyces cerevisae, ajuda a transformar açúcar em álcool. Quando tomamos um chope ou uma cerveja, bebidas que sofreram pasteurização, células vivas de fungo, a levedura, estão contidas no líquido. Os refrigerantes também são produtos fúngicos, porque a maioria tem ácido cítrico, produzido por um fungo, o Aspergillus lividus, que é usado industrialmente. (O nome do ácido sugere que é produzido a partir de frutas cítricas, e de fato, assim era no passado. Hoje todo o ácido cítrico consumido é produzido a partir do Aspergillus lividus.)
Com relação aos tipos de alimentos que utilizam, os fungos são classificados em saprobióticos, parasitas e simbióticos. Os saprobióticos ou saprofíticos se alimentam de material morto. É o caso dos mofos e bolores e de vários fungos comestíveis, como o shitake, dos japoneses. Associados a bactérias, atuam no ambiente como reguladores naturais da população de outros organismos. Daí o seu papel para a manutenção da biosfera ter importância igual à das plantas. Sem os fungos, a vida tal qual é hoje na Terra não seria possível, pois eles são agentes da decomposição, permitindo a reciclagem de nutrientes.A importância antropológica dos fungos não se limita ao seu uso como alucinógenos. Eles são apreciados na culinária também desde épocas muito antigas. No Império Romano, a espécie de cogumelo Amanita cesariae, foi assim batizada por ter sido reservada aos césares. Outros cogumelos comestíveis eram de uso exclusivo dos nobres.
Um dos usos mais importantes dos fungos é, sem dúvida, a produção de medicamentos. A primeira e a mais famosa de todas as substâncias medicamentosas extraída dos fungos foi a penicilina, descoberta em 1929 por Alexander Fleming. A penicilina foi o primeiro antibiótico a ser produzido industrialmente. Muito do que se aprendeu na transformação das observações de Fleming numa operação de larga escala, economicamente viável, pavimentou o caminho para a produção de outros agentes quimioterápicos, à medida que foram descobertos.
[editar] Grupos relacionados e similares
Os bolores aquáticos, mostram uma organização hifal e já foram considerados fungos. Entretanto eles, e os hypochytrids estreitamente relacionados, não são atualmente correlacionados com os verdadeiros fungos pertencendo em vez disso ao grupo chamado stramenopile, junto com as algas douradas, diatomáceas, algas castanhas e outros similares. Os chytrids foram também formalmente excluídos dos fungos devido à presença de flagelos nos esporos, porém têm relações estreitas com os outros sendo geralmente tradados junto com eles.
Slime molds também foram colocados aqui, por que eles produzem corpos frutificantes, porém são agora reconhecidos como sendo diversos grupos distintos de amebóides.
Geralmente acredita-se que os fungos evoluíram do mesmo grupo dos flagelados que deram origem aos animais e coanoflagelados. Similaridades incluem as estruturas de células móveis, quando presentes, a presença comum de quitina em alguns grupos, e a presença de glicogênio como material de reserva.
[editar] Miscelânea
As sementes de todas as orquídeas requerem de fungos especializados, micorrizas, para germinar. As micorrizas fornecem a energia necessária para iniciar a germinação destas sementes, pois estas sementes não apresentam endosperma desenvolvido.
Fungos do gênero Penicillium produzem penicilina, o primeiro antibiótico conhecido pela ciência moderna. Desde então, muitas bactérias tornaram-se resistentes à penicilina, mas ela ainda é utilizada contra Streptococcus e outros organismos potencialmente perigosos.
De acordo com a sua utilidade ao ser humano, os fungos podem ser divididos em 3 grupos
ficomicetos
ascomicetos
basidiomicetos
Outros fungos incluem:
Bolores
Leveduras
Aspergillus niger (Nome científico)
O corpo frutoso é muito apreciado na culinária, e é utilizado na apuração da queijos.
Alguns fungos são usados como alucinógenos.
[editar] O "Círculo das Fadas"
Existe uma espécie de cogumelo que forma estruturas curiosas em ambientes, como gramados e campos. O micélio que forma esse cogumelo é chamado de Marasmius oreades espalha-se sobre o solo produzindo um círculo de cogumelos na superfície. Esse círculo pode alcançar até 30 metros de diâmetro e é conhecido no folclore europeu como Círculo das Fadas[2]. O micélio se expande em todas as direções; na região central ocorre a morte das hifas mas nas bordas há a produção do corpo de frutificação. Como consequência, os cogumelos aparecem em círculos e, à medida em que o micélio cresce o círculo vai ficando cada vez maior. Na maioria das vezes a grama que está "dentro" do círculo fica com um aspecto de seca, com uma cor mais clara que o normal. Isso ocorre pela ausência de nutrientes naquela área, já que os cogumelos se nutriram da maioria dos nutrientes.
[editar] O maior ser vivo do planeta
O maior ser vivo do planeta é o fungo Armillaria ostoyae conhecido popularmente como "cogumelo-do-mel". Possui um tamanho aproximado de 8,8 milhões de metros quadrados (área equivalente a 1220 campos de futebol). Ele não para de se espalhar pelos subterrâneos de uma floresta em Oregon, nos Estados Unidos. Na superfície, existe uma infinidade de cogumelos que formam o Círculo das Fadas. Estima-se que ele tenha surgido há mais de 2,4 mil anos como uma partícula minúscula. Lentamente foi abrindo caminho entre as raízes das árvores até matar todas.
[editar] Classificação
Na classificação taxonômica de Jussieu (1789), fungi é uma ordem da classe Acotyledones, com 17 gêneros.
Referências
A classificação apresentada aqui é baseada no estudo filogenético de 2007 efectuado por Hibbett et al.
UBC Botanical Garden - Informação sobre o Marasmius oreades, com foto aérea de "círculos das fadas" (em inglês)
[editar] Referências bibliográficas
Bruns, T. D., T. J. White, and J. W. Taylor. 1991. Fungal molecular systematics. Annual Review of Ecology and Systematics 22:525-564.
Bruns, T. D., R. Vilgalys, S. M. Barns, D. Gonzalez, D. S. Hibbett, D. J. Lane, L. Simon, S. Stickel, T. M. Szaro, W. G. Weisburg, and M. L. Sogin. 1993. Evolutionary relationships within the fungi: analysis of nuclear small subunit rRNA sequences. Molecular Phylogenetics and Evolution 1:231 241.
Hawksworth, D. L. 1991. The fungal dimension of biodiversity: magnitude, significance, and conservation. Mycological Research 95:641-655.
Hawksworth, D. L., P. M. Kirk, B. C. Sutton, and D. N. Pegler. 1995. Ainsworth and Bisby's Dictionary of the Fungi (8th Ed.). CAB International, Wallingford, United Kingdom. 616p.
[editar] Ligações externas
Fungi no "Tree of Life Web Project" (em inglês)
Os Fungos: a sua vida e como influenciam a nossa, no Naturlink.pt. (em inglês)
Ordem fungi (em inglês)
Jussieu, Antoine Laurent de (1789). "Genera Plantarum, secundum ordines naturales disposita juxta methodum in Horto Regio Parisiensi exaratam" (em inglês)
[editar] Ver também
Champignon
Cogumelo
Esporão do centeio, um fungo altamente alucinógeno, do qual se extrai o LSD
[editar] Galeria de fotos

Fungo ("cogumelo") no pasto

Fungo no barranco

Fungo na madeira

Fungo no tronco

Pycnoporo sangüíneo

Fungo na grama de jardim

Phallus sp

Fungo no chão

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

importância dos fungos

Fungo

Os fungos constituem um grupo de microorganismo que tem grande interesse prático e cientifico para os microbiologistas. Suas manifestações são familiares: todos já viram os crescimentos azuis e verdes em laranjas, limões e queijos, as colônias cotonosas, brancas ou acinzentadas, no pão e no presunto, os cogumelos dos campos ou nas prateleiras) e os chapéus-de-cobra nas matas. Todas representam vários organismos fúngicos, morfologicamente muito diversificados. De um modo geral, os fungos incluem os bolores e as leveduras. A palavra bolor tem emprego pouco nítido, sendo usada para designar os mofos, as ferrugens e o carvão (doenças de gramíneas).

IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

Os fungos são heterotróficos, obtém seu alimento a partir de matéria orgânica, sendo decompositores ou parasitas de seres vivos os quais lhe servem de alimentos.

Os fungos saprófitas decompõe resíduos completos de plantas e animais, transformando-os em formas químicas mais simples, que retornam ao solo tornando o solo mais fértil (fertilizantes, humos), mas o crescimento dos saprofitos também podem causar prejuízo, causando o apodrecimento de matérias utilizados pelo homem:

  • madeira
  • tecidos
  • alimentos e outros artigos

Os fungos são, também, importantes na fermentação industrial, são utilizados para:

  • Fabricação da cerveja
  • Fabricação do vinho
  • Produção de antibióticos (penicilina)
  • Produção de vitaminas e de ácidos orgânicos (ác. cítrico)

A fabricação de pães e o amadurecimento de queijos também dependem da atividade saprofítica dos fungos.

Como parasitas, os fungos causam doenças vegetais, humanas e animais, embora a maior parte das micoses seja menos severa que as produzidas por bactérias (bacterioses) ou vírus (viroses).

Fonte: www.enq.ufsc.br

Importância dos Fungos

Nem bichos, nem vegetais, os fungos são tão esquisitos que formam um reino à parte na natureza.

Versáteis, entram tanto na fabricação de queijos quanto no controle de qualidade de produtos industriais.

Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao mesmo tempo fontes de remédios — sobretudo antibióticos — e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon.

Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classificação, acabaram considerados um reino à parte na natureza.

Os fungos, essas esquisitas criaturas que crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.

De inconvenientes, os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool. Isso fez crescer o interesse de várias indústrias pelos fungos, fato que está causando furor nas micotecas, os laboratórios que os criam; armazenam e distribuem, classificando-os segundo sua origem e características peculiares. À medida que cresce a procura, aumenta a quantidade de tipos explorados.

"Na busca desenfreada para conhecê-los melhor, eles ganharam casa própria e pedigree", compara o biólogo e micologista Mário Gatti, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Com 1 942 tipos diferentes, a micoteca da Fiocruz é a maior coleção brasileira do gênero.Existem no mundo cerca de 300 bancos de fungos. O mais completo deles é o da American Type Culture Collection (ATCC), nos Estados Unidos. Ali estão disponíveis mais de 50 000 micro-organismos diferentes, metade composta de fungos, bactérias e protozoários, que serviram de base para quase todas as coleções conhecidas. Acostumada a fornecer amostras para pesquisas universitárias e testes de esterilidade de medicamentos e cosméticos, a "fábrica" de fungos da Fiocruz conquista novos clientes. No ano passado, o número de pedidos de amostras de fungos dobrou em relação ao ano anterior. Mário Gatti, um dos curadores dessa micoteca, associa o crescimento à vigência do Código de Defesa do Consumidor.

"As empresas estão mais preocupadas com a garantia da qualidade de seus produtos", acredita.Entre a clientela dos bancos de fungos, os maiores consumidores dos microorganismos comercializados no planeta foram os fabricantes de medicamentos e cosméticos. Empresas como Johnson & Johnson e Glaxo empregam fungos nos testes laboratoriais para controlar a qualidade de seus produtos.

O processo implica contaminar propositadamente amostras do que se quer testar com fungos, principalmente o Aspergillus niger, encontrado em abundância na natureza. São feitas então análises periódicas para constatar se a população de fungos aumentou ou diminuiu.

Se diminuiu até não sobrar quase nenhum, significa que o conservante daquele produto é eficiente. "Nossos produtos nas prateleiras precisam manter a mesma capacidade de preservação do produto recém-fabricado'', avalia Lenir Garcia, gerente de microbiologia da Johnson & Johnson.

Na busca de seu principal alimento, o carbono, alguns fungos são odiados porque degradam materiais largamente utilizados pela indústria, como plásticos e metais. Para saber se seus produtos vão durar além das portas da fábrica, os responsáveis pelo controle de qualidade das empresas colocam-nos em contato com os fungos existentes lá fora. É isso que faz há cinco anos o Instituto Militar de Materiais Bélicos (Imbel) para medir a resistência à corrosão dos componentes de seus apareIhos radiotransmissores e detonadores de explosivos. Ulysses D'Elia, o biólogo responsável por este trabalho, coloca as peças a serem examinadas junto com uma batata comum numa câmara lacrada, onde também é introduzido um pool de fungos especialmente selecionados. "Em terra, no mar ou no ar, os equipamentos têm de agüentar as mais variadas intempéries, possíveis de acontecer em qualquer região do Brasil", conta D'Elia. Dentro da câmara, são simuladas durante 28 dias todas as condições ambientais a que os aparelhos estarão submetidos. “A batata funciona como um termômetro, que mostra se os microorganismos estão sendo ativos. Em caso positivo, os fungos tomarão toda a batata", explica D'Elia.

Experiências semelhantes também são realizadas pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, em testes de resistência à corrosão dos equipamentos de navios e submarinos.Enquanto a capacidade deteriorativa dos fungos é problema para alguns, outros têm nesta característica um grande aliado. É o caso da produção de álcool combustível. que pode se tornar muito mais simples se nela forem aplicados alguns estudos realizados pelos cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

Liderada pelo bioquímico egípcio Hamza El-Dorry, esta equipe se utiliza do fungo Trichoderma reesei, descoberto durante a Segunda Guerra Mundial, para degradar celulose (a matéria-prima do papel) até a obtenção de glicose, que depois de fermentada se transforma em álcool. Na década de 40, esse fungo foi estudado em caráter de urgência por laboratórios americanos, pois desintegrava em poucos dias o tecido das barracas de campanha do Exército, armadas em campo de batalha.Os pesquisadores da USP já isolaram o gene do fungo que determina suas características glutonas. Agora, os esforços se concentram em conhecer como ele produz a enzima que degrada a celulose para inserir esse gene na levedura convencionalmente utilizada para transformar a glicose em álcool. "Estamos criando um processo único e integrado, que permite a obtenção de álcool até do bagaço da cana-de-açúcar, de madeiras e papéis jogados no lixo", preconiza El-Dorry. As leveduras também são empregadas na fabricação de cereja, vinhos e fermento para pães e bolos. Alguns fungos são ainda a peça fundamental de queijos finos.

Dizer que um queijo está embolorado não significa necessariamente que ele esteja estragado. Pelo contrário: o sabor dos queijos roquefort, gorgonzola e camembert depende do trabalho dos fungos. No dois primeiros tipos, o gosto picante e o forte aroma somente são obtidos por meio da perfuração de suas massas já prontas, onde são introduzidos bolores que ali se desenvolvem com a presença de ar.

Os queijos camembert passam por um banho de imersão numa solução de mofo para chegarem à textura cremosa característica. Crescendo de fora para dentro de cada queijo, os fungos formam na parte externa aquela fina superfície dura e branca. Tanto as manchas verdes como a película branca são muito diferentes do bolor de um queijo estragado. Os bolores, como o Penicillium citrino, secretam substâncias potencialmente tóxicas, como a citrinina, que atacam células do fígado.Antes que cheguem à mesa, vários alimentos podem tomar contato com fungos ainda na lavoura. Em Brasília, o Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está elaborando um catálogo com mais de 300 fungos isolados para pesquisas na área de controle biológico de lavouras, ou inseticidas biológicos. Marcos Rodrigues de Faria, um dos engenheiros agrônomos envolvidos no projeto, explica como são feitos os testes para criação dos bioinseticidas: "Pegam-se as larvas do inseto contra o qual se quer combater. Elas são mergulhadas em uma suspensão líquida contaminada com algum fungo, geralmente Beauveria bassiana ou Metarhizium amisopliae.

Se ele for capaz de matar a larva, será utilizado como inseticida".Aproveitar todo o potencial dos fungos não foi um caminho fácil de ser percorrido pelos estudiosos. Pesquisados em várias frentes desde o final dos anos 20, quando chegaram a público as descobertas do bacteriologista Alexander Fleming, só na década de 60 se chegou a um acordo sobre a identidade desses organismos. "Fungo não é vegetal nem animal, apesar de ter características de plantas e de animais", afirma Pedrina Cunha Oliveira, farmacêutica e bioquímica que estuda esses seres desde 1964. Responsável pelo departamento de micologia da Fiocruz, ela ensina que "o fungo é considerado animal porque seu alimento de reserva é o glicogênio, e não o amido, como em todas as plantas". Mas também era considerado planta pela sua própria morfologia: "Se olhado num microscópio, o fungo parece uma flor. Mesmo assim, eles não produzem cloroplastos, portanto não fazem fotossíntese".

Esta diferença em relação aos outros seres é que levou à criação do reino Fungi, um dos cinco reinos da natureza. Os outro quatro são o Animalia, dos animais; Plantae, dos vegetais; Monera, de organismos unicelulares como as bactérias; e Protista, dos organismos unicelulares como os protozoários. Saber com exatidão quais são esses seres que jogam ora contra, ora a favor do homem foi só o começo: "A história dos fungos é linda e foi pouco estudada", diz Pedrina. "Seu potencial encontra se em aberto."

Antibiótico por acaso

Enquanto alguns fungos provocam espirros, outros salvam vidas. Prova dessa benevolência dos membros do reino Fungi é a descoberta que o bacteriologista Alexander Fleming (1881-1955) fez em 1928. Ele trabalhava num laboratório em Paris, na França, quando descobriu um ser alienígena desenvolvendo-se no meio das bactérias Staphylococcus com as quais realizava pesquisas. Em vez de ficar irado com o intruso, Fleming decidiu estudá-lo e o identificou como sendo esporos do fungo Penicillium notaram que estavam “acidentalmente" inibindo o desenvolvimento das bactérias. Ele acabava de descobrir a penicilina, o primeiro de uma série de antibióticos que revolucionaram a Medicina.

IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E ECONÔMICA DOS FUNGOS

OS FUNGOS COMO DECOMPOSITORES

Os fungos são organismos extremamente importantes para o equilíbrio da natureza. As espécies saprofágicas, juntamente com determinadas bactérias, desempenham o papel de decompositores,destruindo cadáveres e restos de plantas e animais. Isso permite que a matéria orgânica dos seres mortos possa ser aproveitada pelos novos seres que nascem.

Entretanto essa mesma atividade decompositora dos fungos pode ter um aspecto negativo, destruindo roupas, objetos de couro, cercas, dormentes de madeira das estradas de ferro etc., causando ao homem grandes prejuízos econômicos.

FUNGOS E A PRODUÇÃO DE ALIMENTO

Cerca de duzentos tipos de cogumelo são usados na alimentação humana. Algumas espécies são largamente cultivadas, como é o caso do basidiomiceto Agaricus campestris; ascomicetos como a Morchella esculenta, depois de secos, constituem finíssima iguaria.

Produção de pão

As leveduras são fungos microscópicos, utilizados desde a Antiguidade na preparação de alimentos e bebidas fermentados. O levedo Saccharomyces cerevisae, empregado na fabricação de pão e de bebidas alcoólicas fermenta acúcares para obter energia, liberando gás carbônico e álcool etílico. Na produção do pão é o gás carbônico que interessa; as bolhas microscópicas desse gás, eliminadas pelo levedo na massa, contribuem para tornar o pão leve e macio.

Produção de bebidas alcoólicas

A produção dos diferentes tipos de bebida alcoólica varia de acordo com o substrato fermentado, com o tipo de levedura utilizada e com as diferentes técnicas de fabricação. Por exemplo, a fermentação da cevada produz cerveja, enquanto a fermentação da uva produz vinho. Depois da fermentação, certas bebidas passam por processos de destilação, o que aumenta sua concentração em álcool. Exemplos de bebidas destiladas são a aguardente, ou pinga, obtida a partir de fermentado de cana-de-açúcar, o uísque, obtido de fermentados de cereais como a cevada e o centeio, e o saquê, obtido a partir de fermentados de arroz.

Produção de queijos

Certos fungos são empregados na produção de queijos, sendo responsáveis por seu sabor característico. Os fungos Penicillium roquefortii e Penicillium camembertii, por exemplo, são utilizados na fabricação de queijos tipos roquefort e camembert respectivamente.

FUNGOS E PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DE USO FARMACÊUTICO

Foi do ascomiceto Penicillium chrysogenum que se extraiu originalmente a penicilina, um dos primeiros antibióticos a ser empregado com sucesso no combate a infecções causadas por bactérias.

Certos fungos produzem toxinas poderosas, que vêm sendo objeto da pesquisa farmacêutica. Muitos fungos produzem substâncias denominadas ciclopeptídios, capazes de inibir a síntese de RNA mensageiro nas células animais. Basta a ingestão de um único corpo de frutificação (cogumelo) do basidiomiceto Amanita phalloides, por exemplo, para causar a morte de uma pessoa. Um fungo muito estudado do ponto de vista farmacêutico foi o ascomiceto Claviceps purpurea, popularmente conhecido como ergotina. Foi dele que se extraiu originalmente o ácido lisérgico, ou LSD, substância alucinógena que ficou famosa na década de 1970.

A ergotina cresce sobre grãos de cereal, principalmente centeio e trigo. Cereais contaminados por ergotina causaram, no passado, intoxicações em massa, com muitas mortes. Desde o século XVI as parteiras já conheciam uma propriedade farmacêutica da ergotina: se ingerida em pequenas quantidades, acelera as contrações uterinas durante o parto.

RELAÇÕES ENTRE FUNGOS E OUTROS SERES VIVOS

Fungos parasitas

Os fungos parasitas causam doenças ao homem, aos animais e às plantas. Um fungo parasita conhecido é o Candida aIbicans, causador de micoses brandas que atingem os dedos as mucosas vaginais. Alguns fungos infecções graves, como a blastomicose e o micetoma, com lesões profundas na pele e em órgãos internos.

Uma doença de plantas causada por fungos é a ferrugem, que ataca o cafeeiro e outras plantas economicamente importantes, provocando sérios danos à lavoura.

FUNGOS MUTUALISTAS: MICORRIZAS E LIQUENS

Certos fungos se associam a raízes de plantas, formando as micorrizas (do grego myketos, fungo e rhiza, raiz). Tanto o fungo quanto a planta hospedeira se beneficiam com essa associação. O fungo obtém das raízes açúcares, aminoácidos e outras substâncias orgânicas, das quais se nutre. Por outro lado, o fungo aumenta a capacidade de a raiz absorver minerais escassos no solo, genericamente denominados micronutrientes, fundamentais ao crescimento da planta. Trata-se, portanto, de uma ssociação do tipo mutualismo.

Os liquens são formados pela associação mutualística entre fungos e algas. Os fungos mais comuns nessas associações são os ascomicetos, e as algas componentes são, geralmente algas verdes unicelulares. Alguns liquens resultam da associação entre fungos e cianobactérias. A associação permite que os liquens habitem locais onde nem algas nem fungos poderiam viver separadamente.

Os liquens se reproduzem assexuadamente por meio de fragmentos especiais, que possuem hifas do fungo e células da alga em associação. Esses fragmentos, chamados sorédios, se destacam e são carregados pelo vento, constituindo as unidades de disseminação dos liquens.